quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

8º DIA 31 JAN: VOLTANDO À VELHA FORMA

DIÁRIO DE VIAGEM

            Ontem choveu muito à noite e logo imaginamos que tudo estava perdido. Mas, ao contrário do que pensávamos, amanheceu um lindo dia de sol e céu azul.


            Começamos o dia com o nosso café da manhã no hotel – o buffet é variado – tem queijos, frios, patês, geléias, sucos, vários tipos de pão, iogurte, café, leite, chocolate, mas todo dia é exatamente igual. O local do café, assim como todo o hotel é bem típico austríaco na decoração. A dona do hotel, Sra. Ilona Hüttl, é muito amável e gosta de conversar e nos presta muitas informações. O local é simples, mas muito bem cuidado, tem Internet wifi, TV a cabo, e além dos quartos (o nosso tem mesa e cadeiras para refeições e ela nos fornece pratos e talheres quando pedimos) ela também tem apartamentos com cozinha, todo equipado.

 
            Resolvemos ir de novo para Lech onde há mais pistas azuis e achamos que estariam melhores. Bom, as pistas mais baixas estavam com muito gelo e pouca neve, sendo assim muito escorregadias. As mais altas estavam melhores, porém havia muito vento que não só nos empurrava como também dificultava a visibilidade, bem como levava a neve das pistas. Resultado – hoje foi “dia do tombo”, pelo menos para mim. Levei inúmeros tombos ladeira a baixo, mas nada sério, nem me machuquei, mas com certeza vou amanhecer dolorida e com hematomas. Mas, faz parte. Se não quisesse levar tombos teria ficado em casa fazendo tricô.
            De qualquer forma, hoje nos sentimos bem mais confortáveis, não cansamos tanto, de certa forma foi como se recuperássemos a velha forma – nem tão iniciante, mais para intermediário! Mas mesmo assim, como não é natural, a gente fica mentalizando – dobrar os joelhos, inclinar para a frente, transferir o peso do corpo de um lado para o outro.... e por ai vai.... De vez em quando a gente consegue se liberar um pouco e “let go” e quando a pista é boa a gente vai legal. Brincadeiras a parte, a inclinação das pistas, mesmo as azuis, as vezes chega a uns 50 graus e, em alguns trechos, 60 graus – o que é difícil para descer mesmo andando. Na maioria das vezes, porém, ela é mais suave, entre 30-45 graus.




            O dia estava lindo – o céu azul e o sol refletindo na neve. A visibilidade permitia ver lá longe os picos nevados. Lá no topo a gente parava e ficava admirando toda aquela beleza. Deus estava muito inspirado quando fez os Alpes... E com a neve fica mais bonito ainda. A gente não cansa de olhar – é como se quisesse “beber” a paisagem, fixá-la na retina. E haja fotos para todos os lados.... mas as fotos não retratam tudo que a gente está vendo.




            Almoçamos lá na montanha – Alter Goldener Berg – um local muito bonito, mas tudo muito caro. Aliás, em Lech tudo é mais caro. Amoçamos 3 sopas "goulash", uma porção de batatas fritas e 3 refrigerantes por   57,00 = R$ 155,00, pode?


 

 
            Voltamos lá pelas 16:00 h e fomos para a Fang House para um “aprés-ski” que é a happy-hour deles.  Eu fui de glühwein, mas Beto e Gilberto misturaram a cerveja com um drink chamado “hot chinese”, que é rum com suco de laranja quente, e schnaps.




            Agora vamos jantar e cair na cama, pois estamos “mortos".
            Amanhã é o último dia por aqui. Vamos ficar esquiando em St. Anton mesmo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

7º DIA 30 JAN: NOVOS HORIZONTES – LECH AM ARLBERG

DIÁRIO DE VIAGEM

            Hoje resolvemos ir esquiar em Lech am Arlberg, uma outra cidade que faz parte do cinturão de ski de Arlberg, no Voralberg, e que fica a uns 20 km de St. Anton.







 

  

            A cidade parece menor do que St. Anton, mas é igualmente montada para as atividades de neve – tem inúmeros hotéis, restaurantes, estacionamentos, lojas, etc..., mas pelo que vimos é mais cara do que St. Anton.
            O passe dos meios de elevação (lifts) que adquirimos abrange toda a área, portanto podemos esquiar em qualquer dessas cidades – St. Anton, St. Christoph, Stuben, Lech e Zurs.
            A área de Lech tem inúmeras pistas azuis e nos divertimos muito por lá – as pistas estavam muito boas, com neve de boa qualidade, boa inclinação, permitindo que a gente esquiasse com menos dificuldade do que nos dias anteriores, ensaiando até algumas manobrinhas mais radicais.

 
            Hoje pela primeira vez eu me senti confortável nas pistas depois desses três primeiros dias de readaptação. O mesmo posso dizer do Beto, pois hoje descemos muito mais vezes do que nos outros dias. O problema de esquiar tão esporadicamente (7 anos) é que a gente é sempre “iniciante”.
            Fizemos várias subidas e descidas, sempre em pistas azuis (ainda não quisemos encarar as vermelhas..., quem sabe amanhã, já que hoje nos sentimos melhor), usando praticamente todas as cadeirinhas de Lech (uma para 4 esquiadores, 3 para 6 esquiadores e uma para oito esquiadores), passeando para lá e para cá..., parando para bater fotos e até para fazer uma filmagem, aproveitando que o dia estava bonito e com sol.
            Paramos para o almoço em um “platô” no meio da montanha, onde havia vários restaurantes e hotéis e onde se encontravam alguns “lifts”, sendo um deles um funicular que dava acesso aos hotéis. O local chamado Petersboden era bem simpático e ficamos olhando as pessoas passando enquanto esperávamos nossa refeição. Aliás, hoje, tivemos no cardápio lingüiças e sopinha, tudo de ótima qualidade.

            Ao final, paramos em um bar na base da montanha para um aprés-ski e tomamos um “glühwein” para relaxar antes de ir pegar o carro e voltar para casa.


            Um fato interessante e curioso – quando deixamos o carro no estacionamento coberto da cidade, havia na parede, ao lado da vaga, um bloquinho de papel destacável com o número do andar e da vaga onde o carro estava estacionado, para que as pessoas tirassem uma folhinha e guardassem para não esquecer o local onde estacionaram!!! Nunca tínhamos visto isso antes.... Vivendo e aprendendo.

 

            Hoje à noite vamos sair pela cidade e jantar em algum lugar simpático, já que o tempo está bom.



               Após o jantar decidimos dar uma caminhada para melhor fazer a digestão. Estava uma chuvinha fraca e 5 graus de temperatura, entretanto descobrimos os instrutores das escolas de ski de St. Anton  estavam fazendo um demonstração de perícia de ski e snowboards, junto com música e fogos de artifícios em uma pista iluminada da cidade. Foi muito legal! (desculpem pela qualidade das fotos...)

 




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

6º DIA 29 JAN: TÁ MELHORANDO – SANKT ANTON E SANKT JAKOB AM ARLBERG

DIÁRIO DE VIAGEM

            Hoje acordei com uma enorme dor de cabeça e, de repente me dei conta que não bebi água ontem o dia todo – com esse frio a gente não sente sede e acaba esquecendo de beber água! Some-se ao fato a calefação excessiva do hotel – a gente acorda de nite com calor!!! Fiz um lembrete mental de me hidratar mais (e não é com cerveja kkkkk).
            A propósito, nesses países frios, os locais ainda não acharam o ponto ideal de calefação (ocorre à mesma coisa na Argentina, Chile, Noruega, etc...) Dentro do hotel, do restaurante, etc..., Fica um “forno”. A gente poderia usar roupa normal de verão. Só que quando a gente vai se arrumar para sair ou quando adentra algum local, começa a derreter!!! E o pior é que quando a gente vem para um lugar frio só traz roupa de inverno e não se tem nada mais leve para usar dentro do hotel! Acaba tendo que abrir a janela para acertar a temperatura.
            Por isso hoje eu resolvi sair com a "head band" de pinguim!

Hoje foi a vez da Jussara também trocar a bota do esqui, que embora de boa qualidade estava “torturando” a panturrilha dela. Conseguiu uma muito mais confortável e lá fomos todos nós para a montanha, aliás, somente a Jussara e eu, pois o Gilberto tinha saído mais cedo para esquiar e passou a manhã toda descendo por pistas mais difíceis (vermelhas e pretas) do que nós conseguimos andar.


Continuamos nas mesmas áreas e nas mesmas pistas azuis. Mas, devido à troca dos equipamentos subimos um pouco mais tarde. Sobe e desce.... Vai e vem.... Hoje estávamos bem melhores nas pistas, conseguindo controlar mais os esquis (bom com botas mais confortáveis tudo fica melhor) nos sentindo mais à vontade.  Uau.... O condicionamento físico também vai melhorando aos poucos, os músculos já não doem tanto....
Paramos para almoçar no restaurante Kandahar no topo do Galzig (2.185 m), e entrou uma cerração pesadíssima e começou a nevar forte. Almoçamos com calma, esperamos um pouco mais, mas nada de parar a neve e aumentar a visibilidade, então resolvemos descer assim mesmo (para não pagar mico e descer na gôndola hehehe). Mas.... estávamos esquiando por “instrumento”... não se via nada!!! Ai perde a graça. A gente não vê a paisagem, não consegue ver o desnível da pista, a neve bate no rosto, acumula-se no chão e faz montinho e ai haja tombo.... Bom, chega por hoje e vamos para casa que é melhor. Paramos na verdade por volta das 15:20 hs.
Por falar em almoço, nas montanhas há várias opções de locais para refeição que servem sopas, pratos quentes, sanduíches, pizzas, lanches etc... Os preços são mais ou menos os mesmos em todos eles. Só para dar exemplos: uma sopa goulash – € 4,50, um prato de macarrão a bolonhesa (enorme, serve 2 fácil)- € 13,90, um wiener schnitzel (bife de porco a milanesa) servido com batata frita (também serve 2) – € 13,60, uma pizza brotinho (grande) – € 9,60 (meia pizza – € 5,00). O que torna mais caro é a bebida. Cada copo de 300 ml de refri custa € 3,60. Só para lembrar € 1,00 = R$ 2,72.
Para algumas pessoas, esquiar pode ser o desafio das pistas, a demonstração de perícia, o exercício do sobe e desce etc... Para nós vai mais além, a gente curte o ambiente, a beleza do local, a características da cidade e das pistas. Por exemplo, aqui o que a gente vê são pistas longas que vem lá do topo da montanha, contornando-a, em meio à vegetação, aqui e ali se passa por um refúgio, onde se pode parar, comer e tomar algo quente (chocolate, beer, vinho quente ou snaps), ou apenas mesmo descansar. Mais perto da base encontramos casas, hotéis, barzinhos com música onde há encontros “aprés-ski”, etc... É todo um contexto e não apenas o ato físico de esquiar.
Ao voltarmos para o hotel, à temperatura havia subido para 6ºC, a neve se transformou em chuva e aí desistimos de sair pela cidade. Voltamos ao supermercado onde compramos mais “coisinhas” para comer no quarto mesmo. É impressionante a variedade de coisas que se encontra lá no super, mesmo ele sendo pequeno. Só de presuntos tinha umas 10 qualidades...
Bom, amanha vamos explorar a área de Lech que fica a uns 30 km daqui. Vamos de carro levando nossos esquis. Lá tem muitas pistas. Se estiver bom de neve é possível que a gente vá mais de 1 dia por lá. Vamos torcer!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

5º DIA 28 JAN: NOVAS EXPERIÊNCIAS – NASSEREIN E GALZIG

DIÁRIO DE VIAGEM

            O despertador tocou as 8:00. Eu preciso levantar mesmo? As pernas doem. Menos do que esperado, mas doem. Vai começar tudo de novo...



          Hoje amanheceu nevando leve. Por um lado é bom pois  a neve da montanha estava velha. Porém, por outro lado, a visibilidade fica muito ruim, o que aumenta a insegurança, e, conseqüentemente o índice de dificuldade. E, como diz a minha cunhada, “para um mau pintor, até o pincel atrapalha”. Com a má visibilidade e sem o sol fica difícil saber o desnível da pista e dá logo medo e ai a gente trava...
          Nos propusemos a continuar nas pistas azuis. Começaríamos pelo Nasserein novamente pois temos que pegar os skis lá e o Beto ia trocar as botas que estavam incomodando. 


            E lá fomos eu e Gilberto de novo, subimos em uma gôndola de 8 pessoas, para o Gampen, a 1850 m, e descemos pelas pistas 20 e 24 até a base. 


            Juntamos com o Beto, já com botas novas, e subimos de novo para o Gampen e dessa vez descemos para o outro lado da montanha, pela pista 1 que nos levou para a base do Galzig. 


          Pegamos o funicular do Galzig para 24 pessoas e subimos até o topo , a 2185 m de altura. Fomos mais adiante, pela pista 8 e descemos para St. Christoph, uma outra cidade ao lado de St. Anton. Subimos, em uma cadeira quádrupla, novamente a montanha para o Galzig e paramos para almoçar. A temperatura sempre amena girando em torno de -5ºC e 1ºC.




A essa altura as pernas já começavam a dar sinais de cansadas... já ficam rebeldes, não querem obedecer. Ou melhor, não conseguem obedecer aos comandos do cérebro. Após o almoço, um leve descanso e planejamento para a descida final. Uma descida pela pista 5, uma subida em outra cadeira quádrupla para um ponto mais acima do Galzig, e ai, uma grande descida (muito grande... aproximadamente 9 km) pelas pistas 9 – 4 – 1. Chegamos na base sem pernas..... e parada por hoje.


 
  

            Depois disso, só sentar num barzinho o aprés-ski e tomar um drink – eu fui de cerveja e o Beto foi de “Glühwein”, que é o quentão deles. Gilberto voltou para as pistas e foi “interagir” com os locais...


       É interessante ficar olhando as pessoas na montanha.... tem de tudo. Principiantes, intermediários, avançados, alunos com professores, aqueles que acham que podem aprender sozinhos!, aqueles ousados que se metem em pistas que não são para o bico deles... crianças, jovens, idosos, grupos de amigos, casais, famílias.... As roupas são o mais colorido possível, sem a menor preocupação com a combinação das cores... vale tudo. E dificilmente se vê duas pessoas com roupas iguais. Tem roupas bonitas, elegantes, e outras espalhafatosas, xadrez de todas as cores, bolinhas etc... Os gorrinhos então são até temáticos. Hoje encontramos um grupo homens com gorros de vikings, com chifres e tudo... muito engraçado. Também encontramos um cara com uma roupa de urso polar... isso mesmo, tipo fantasia... Go figure!


           Agora é descansar nosso corpo exausto e esperar que amanhã a gente já esteja mais adaptado e fique cada vez mais fácil.